Um novo estudo diz que pode afectar a memória. Outra investigação diz que desliga o cérebro das mulheres
O acesso à pornografia tem vindo a tornar-se mais liberal através da Internet. E à medida que cada vez mais pessoas vêem pornografia (as mulheres até já o fazem sozinhas), aumentam os estudos sobre o assunto. Os resultados nem sempre são positivos. Sabia que, por ver pornografia, pode prejudicar a sua memória de curto prazo? Mas também faz os homens levantarem mais peso.
Christian Laier é o responsável pela investigação alemã que revela que ver pornografia afecta a memória de curto prazo. A Universidade Duisburg-Essen, que avança a investigação pioneira, explica que o projecto foi realizado com 28 homens heterossexuais, com uma média de idades de 26 anos.
Os investigadores pediram aos homens para verem dois grupos de imagens, eróticas e não eróticas. Enquanto viam imagens não eróticas, os investigadores pediram que os voluntários identificassem se existiam imagens repetidas. O estudo revela que 80 por cento das respostas estavam correctas. Mas quando lhes foi pedido o mesmo aplicado a imagens eróticas, a percentagem de respostas certas caiu para os 67 por cento.
O estudo explica que o impacto da excitação sexual afecta os processos cognitivos, e mexe em áreas do cérebro que influenciam a emoção ou a atenção. Os investigadores acrescentam ainda que há casos de pessoas que, por serem viciadas em pornografia, se esquecem de dormir ou de compromissos. “A excitação sexual interfere mesmo com o funcionamento da memória”, é a conclusão dos cientistas.
A Universidade de Shippensburg University, nos Estados Unidos avança um estudo que contraria a teoria prévia de que as mulheres só se tornam actrizes pornográficas se tiverem baixa auto-estima, ou se forem vítimas de algum tipo de abuso.
“Em termos de características psicológicas, as actrizes pornográficas têm níveis mais elevados de auto-estima, mais positivismo, maior satisfação sexual e mais espiritualidade do que outras mulheres”, explicam os investigadores.
Para o estudo foram comparadas um total de 177 mulheres, entre os 18 e os 50 anos e envolvidas na indústria de entretenimento para adultos, com mulheres não envolvidas no mesmo sector.
As mulheres que trabalham na indústria pornográfica revelaram ter mais auto-estima, mostrando-se mais contentes com o seu corpo por exemplo. Quanto à qualidade de vida, o facto de dormirem melhor e terem mais energia fez com que os investigadores acreditem que superem a qualidade de vida das mulheres com outras profissões. Além disso, 70 por cento mostraram-se satisfeitas com a sua vida sexual contra os 30 por cento de felicidade das outras mulheres.
A Universidade de Groningen, na Holanda, explica que ver pornografia pode “desligar” parte do cérebro, pelo menos nas mulheres. O estudo foi realizado em mulheres com idade fértil, que visionaram três vídeos, dois de carácter pornográfico e um documentário sobre vida animal, enquanto a actividade cerebral das voluntárias estava a ser monitorizada.
Os cientistas concluíram que quando as mulheres viam os filmes pornográficos, com imagens mais explícitas, tinham uma menor irrigação sanguínea no córtex visual primário (a área do cérebro que recebe os estímulos visuais). Quando normalmente, com qualquer outro tipo de filme, acontece exactamente o oposto.
Gert Holstege, um dos investigadores, explica que o cérebro estava mais concentrado na excitação sexual do que na visualização do filme. E acrescenta: “O cérebro quer poupar tanta energia quanto possível, por isso, se alguma parte do cérebro não é necessária num nível elevado de funcionamento desliga-se imediatamente.”
O investigador acredita que, com este estudo, podem ser resolvidos alguns casos de disfunção sexual, porque encontraram uma ligação entre elevados níveis de ansiedade e o córtex visual.
Cientistas da Universidade de Montreal, no Canadá, tentaram encontrar um homem na casa dos 20 anos que nunca tivesse visto pornografia mas não conseguiram encontrar. A ideia inicial do estudo era comparar a visão da pornografia entre os homens que viam e os que não viam; mas como não conseguiram nenhum, optaram por pesquisar quais os hábitos.
Simon Louis Lajeunesse, um dos investigadores, começa por explicar que em 20 dos inquiridos metade viu, pela primeira vez, quando tinham poucos mais de 10 anos. O que se pode explicar com o acesso facilitado na Internet, o que se vem a comprovar quando os homens afirmam que 90 por cento da pornografia que vêem é na Internet (10 por cento em lojas de vídeos).
Os homens que não estão numa relação vêem em média 40 minutos três vezes por semana, enquanto os que têm uma relação vêem em média 20 minutos menos de duas vezes por semana.
O investigador conclui explicando que, com base em todos os inquiridos, o visionamento de material pornográfico não afecta a percepção das mulheres.
O Instituto Francês de Opinião Pública (IFOP) conclui que 82 por cento das mulheres assume já ter visto filmes pornográficos, contra os 99 por cento quando se põe a mesma pergunta aos homens.
O estudo foi feito com base em 579 mulheres francesas este ano, conclui que a aceitação desta indústria pelas mulheres tem vindo a crescer, e os números confirmam-no: em 2006 o número situava-se nos 76 por cento, e em 1992 o primeiro estudo registou apenas 23 por cento.
François Kraus do IFOP acrescenta: “No espaço de alguns anos, ver pornografia tornou-se uma coisa aceitável para as mulheres, em parte por causa da Internet e por causa dos serviços de vídeo on-demand, o que tornou a pornografia mais acessível e acabou com a vergonha.”
Quatro em cada cinco das mulheres dizem ver filmes para adultos para “aquecer” a sua vida matrimonial, mas uma em cada duas admite ver só para si.
Um estudo da Universidade de Villanova, nos Estados Unidos, conclui que tudo tem picos de procura: mesmo a pornografia na Internet. O Inverno e o fim do Verão, são as alturas mais propícias.
Os investigadores da universidade norte-americana fizeram a sua pesquisa com base nas procuras do Google. Além de haver uma maior procura por palavras relacionadas com sexo e pornografia, existe simultaneamente uma maior procura por prostituição e sites de encontros.
Mas avançam que o estudo precisa de mais dados que confirmem os picos de procura. Quanto à explicação dos momentos de mais procura, os cientistas dizem não ter ainda dados suficientes.
A investigação da Associação de Informação Biotecnológica, uma organização norte-americana, revela que ver pornografia faz com que os homens consigam levantar mais peso.
Para a conclusão deste estudo, forma mostrados vários clips de vídeo com quatro minutos (alguns de teor pornográfico e outros de imagens quotidianas). Em seguida, os homens estiveram a levantar pesos.
15 minutos antes e depois do exercício foram recolhidas amostras de saliva, o que levou os investigadores a descobrir que os homens que tinham visto vídeos pornográficos tinham uma maior concentração de testerona.
Os resultados deste teste refutam a teoria dos anos 50 que indicava que actividades sexuais eram negativas antes da prática de qualquer desporto. Juan Carlos Medina, da Universidade do Centro Tecnologico de Monterrey no México, explica que a prática de actividades sexuais antes de um jogo torna os atletas mais confiantes e acaba com a fadiga mental. “Ajuda as pessoas a ficarem mais relaxadas mentalmente e fisicamente satisfeitos” acrescenta.
Um estudo da Universidade da Florida, nos Estados Unidos, afirmou este ano que quem vê pornografia tem uma relação mais infeliz com o seu parceiro(a). Destin Stewart, psicóloga da faculdade, decidiu avançar com o estudo depois de repetidas queixas das suas pacientes.
A descoberta de material pornográfico no computador do companheiro, faz com que as mulheres “sintam que não são boas o suficiente, como se não pudesse estar à altura” explica Stewart à revista norte-americana ‘Live Science’.
Segundo a investigadora, a relação entre a infelicidade no casal e o consumo de material pornográfico pode ser complexa. Porque por um lado a mulher pode sentir-se insegura porque o marido vê pornografia e, por outro lado, o homem pode procurar filmes para adultos porque a mulher transmite insegurança à relação.
Destin Stewart aconselha que os casais comuniquem mais entre si, para que possam chegar a um consenso e explica que: “Trata-se de fazer uma tentativa para haver alguma educação sobre o que é realista e irrealista, para que os casais possam ser honestos sobre quais são os seus desejos e necessidades.”
E assim se fazem artigos na revista sábado!
"A ideia inicial do estudo era comparar a visão da pornografia entre os homens que viam e os que não viam; mas como não conseguiram nenhum,"
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